O que é seu sempre volta: Por que deixar pessoas irem é tão difícil?
Perder pessoas e desfazer laços sempre foram difíceis, mas claro, observei, e aqui está minha reflexão o sobre o porquê de desatar laços é tão torturante.
Durante a minha vida, nas tentativas falhas de compartilhar meu ponto de vista sobre relações interpessoais—principalmente sobre deixar pessoas irem embora sem hesitar—muita gente me diz: “Você é muito desapegada”, “Você é muito pessimista”, “Você é muito madura pra sua idade”, “As coisas não são tão fáceis como você pensa”, “você desiste muito fácil das pessoas”. Talvez elas não estejam erradas, considerando suas experiências, mas isso não me abala.
Gosto de ouvir o que os outros pensam sobre minha visão, mesmo que nem sempre seja agradável para quem gosta de viver na zona de conforto.
Desde pequena, percebo como pessoas chegam e saem da nossa vida o tempo todo. Já reparou na rapidez com que algumas aparecem, muitas sem nenhuma intenção de ficar? Isso te abala? Independente da sua resposta, te pergunto: por que deixá-las ir é tão difícil?
Uma frase que gosto de lembrar quando preciso me afastar de alguém é: “O que é meu sempre volta.” Talvez valha a pena pensar nisso mais vezes.
É normal perder amizades ou terminar relacionamentos, mas a situação fica muito mais angustiante quando somos nós que precisamos tomar essa decisão. Na maioria das vezes, a ideia de romper surge depois de algo que nos desgasta ou incomoda há um tempo. Só que, ao pensar nisso, bate um desespero, como se fosse proibido cogitar essa possibilidade. Parece que temos que gastar todas as nossas fichas de paciência e perdão antes de finalmente admitir que não queremos mais. Acho que esse medo vem muito do julgamento social, porque sempre tem alguém pra soltar um “Nossa, mas por que você fez isso?”, “Nem era pra tanto, você vai se arrepender”, “se eu fosse você...”. Sinceramente, a gente devia só responder “Não ligo pra sua opinião, na verdade, nem pedi.” (irônico falar isso num texto opinativo, eu sei), mas, no fim, a gente só aceita e tenta justificar nosso "erro" pra alguém sem noção.
Analisando isso, tenha em mente que:
As opiniões dos outros, principalmente das pessoas mais velhas, são moldadas pelas experiências individuais. Para muitos, encerrar ciclos é quase um pecado. Mas lembre-se: eles não vivem o que você vive. E nem perca tempo tentando fazê-los entender sua opinião, porque, no fim, eles vão tentar te convencer de que você está errado(a), e você vai tentar provar que está certo(a).
Não cometa o erro de expor seu relacionamento para os outros. É normal querer desabafar e aliviar a carga emocional, mas, muitas vezes, nem percebemos que estamos fazendo isso. Quem ouve, por sua vez, tende a tomar nossas dores e aconselhar com base no que escutou. O problema? Depois, essa mesma pessoa pode se confundir ao ver que, apesar do seu desabafo, você ainda mantém contato com o "vilão" da história, podendo se sentir até mesmo usada. Antes de falar sobre alguém, reflita sobre o seu próprio relacionamento. Logo, você vai perceber que:
Quem tem laços com outra pessoa é você. Relacionamentos são voláteis—especialmente os mais jovens—e gostos, personalidades e linguagens do amor são relativos. Se você não se sente amado(a), feliz e realizado(a) em algo que deveria te proporcionar isso, não há por que continuar, mesmo que essa pessoa seja incrível. Algumas pessoas, por mais boas que sejam, simplesmente não são para você. Nem sempre operações matemáticas resultam no mesmo sinal, mesmo que os números pareçam combinar.
Em um "talvez", a resposta é sempre "não". O "sim" é indiscutível. Como assim, Anna? Às vezes, nos pegamos pensando: “Será que devo continuar?”, “Será que ele(a) pode mudar?”, “Será que essa pessoa realmente gosta de mim?”. Spoiler: não. Se alguém realmente fizesse questão de estar com você, não deixaria espaço para dúvidas. Pessoas não mudam—exceto quando têm medo real de te perder.
“Ah, Anna, mas e se eu me arrepender?” Bom, não tem como prever o amanhã. Pessoas mudam, e um dia podem simplesmente acordar fazendo planos que não te incluem mais. Simples assim, sem remorso. E isso não é assustador—não deveria ser e nunca foi. Portas se fecham para que outras se abram. O que é seu sempre volta, seja um objeto perdido ou uma pessoa. Se tiver que ser, será, independente do tempo. Se não for, bola pra frente—nada acontece em vão. Existem oito bilhões de pessoas no mundo, e você faz questão de uma só que nem sequer faz questão de você.
É natural apegarmo-nos às boas memórias. No início, tudo é leve, lúdico, mas quando as coisas mudam, é um alerta. Se você precisa implorar por migalhas que só existem no passado, qual o sentido de continuar? Tudo bem guardar as boas lembranças, porque você foi feliz nelas, mas não tente trazê-las de volta. Elas são únicas e, como tudo, têm um fim. Isso não é um problema, mas é um tema que merece uma reflexão só para ele. Então, seguimos.
No geral, as opiniões dos outros, moldadas por suas próprias experiências, nem sempre vão alinhar com o que você sente ou pensa. Não tente convencer ninguém de que está certo(a), pois cada um tem seu ponto de vista. Quando se trata de relacionamentos, é fundamental refletir sobre o que realmente te faz feliz. Não se deixe envolver em conselhos alheios e lembre-se de que o que é seu sempre voltará. Se algo não te traz as sensações que você merece, não há razão para continuar. Pessoas podem mudar, mas só quando realmente querem te manter na vida delas. Se você se arrepender, entenda que a vida segue, e o que não for para ser seu, não será. Não tema o fechamento de portas, pois elas sempre se abrem para novas possibilidades. E acima de tudo, confie que existe sempre algo ou alguém melhor esperando por você. Claro, há exceções de que alguém possa mudar, mas não cabe a você comprovar a teoria. A vida é curta, e por que ficar preso em uma estigma que nem sequer se aplica a você? Alivie-se. Sem remorso.
Obrigada por ler, se gostou, não deixe de compartilhar! Até logo.
Vivaz e amor fati.